COLETA DE INSETOS NA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFTM, CAMPUS UBERABA
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Resumo
A Unidade de Terapia Intensiva destina-se aos usuários em situação clínica grave ou de risco, clínico ou cirúrgico, necessitando de cuidados especiais, assistência médica e de enfermagem; ou ainda fisioterapêutica, ininterruptos, incluindo monitoramento contínuo durante o dia, além de equipe multidisciplinar e equipamentos. Compreende um espaço apropriado para os que se encontram em estado grave, muitas vezes instáveis e com comprometimento imunológico. Assim, considerando que esses pacientes estão mais suscetíveis às infecções nosocomiais, é necessário que as UTIs sejam ambientes especialmente limpos e desprovidos de insetos. A presença de insetos voadores em ambientes hospitalares é uma preocupação epidemiológica, uma vez que, por transitarem dentro e fora do ambiente hospitalar, podem ser vetores mecânicos de agentes capazes de causar infecções oportunistas. A biodiversidade encontrada no Brasil, acrescentada à antropofilia de algumas espécies e, a microbiota residente de insetos, torna-os vetores em potencial de agentes infecciosos. O objetivo deste estudo foi verificar eventual ocorrência de insetos em uma Unidade de Terapia Intensiva no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro em Uberaba/MG. Foram utilizadas placas adesivas com cola entomológica, nas cores amarela e verde, suspensas próximo à fontes luminosas, naturais e artificiais, para captura de insetos alados. As armadilhas ficaram expostas por uma semana. Foram capturados quatro exemplares de insetos, identificados como Diptera Cyclorrhapha e Heteroptera. A partir do resultado, foi discutido a problemática envolvendo insetos como vetores mecânicos de patógenos na dinâmica hospitalar.
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